Uma pátria de joelhos.
Mais uma vez o Brasil se curva diante de todo o mundo. A atitude de Felipe Massa, ontem (25/07), ao deixar o espanhol Fernando Alonso ultrapassá-lo no GP da Alemanha colocou o nação brasileira em segundo plano, como sempre esteve e estará. Lamentável.
Não é novidade para ninguém que nosso país não é respeitado lá fora. Quem não se lembra de Rubens Barrichello cedendo posição a Michael Schumacher? Quem não se lembra de Nelsinho Piquet se envolvendo em acidente para beneficiar Fernando Alonso? E quem não se lembra que o próprio Felipe Massa já teve que deixar o alemão heptacampeão passar na frente, aqui no nosso próprio solo, em Interlagos?
São atos que o presente jamais apagará. Se nós achávamos que éramos respeitados no voleibol, nos enganamos redondamente, tão redondamente como a derrota sofrida diante dos Estados Unidos na final das Olimpíadas de Pequim, em 2008. Achávamos também que éramos melhores no futebol. Nosso orgulho nos fez criar um sonho, o sonho de que sempre formos e sempre seríamos melhores com a bola nos pés. O mundo nos ensinou que não. E da forma mais cruel possível.
Para todo o planeta a escuderia da Ferrari, como poucas vezes na história, tinha dois pilotos do mesmo nível. É claro que sabemos e não desdenhamos dos dois títulos mundiais que Fernando Alonso já ganhou. Mas, inocentemente, o país pensou que não havia um preferido. Enganamo-nos mais uma vez. O piloto brasileiro teve que ficar com um amargo segundo lugar, simplesmente por que a equipe achou que o espanhol corria mais, logo merecia vencer. Mas se ele estivesse correndo mais, não estaria na primeira colocação por mérito próprio? O pensamento não é nada relativo.
O fato é que não podemos culpar Felipe Massa. Ele apenas cumpre um cronograma que foi anunciado logo após a morte de Ayrton Senna. Ilustrou perfeitamente o papel do nosso país no cenário mundial, seja no esporte, na política, no respaldo, ficando em segundo lugar. E não vamos nos enganar mais uma vez achando que em 2016 tudo estará diferente, que ganharemos várias categorias, que levaremos várias medalhas. O planeta estará olhando para o Brasil, mas não verá o Brasil, verá os Estados Unidos, Cuba, Rússia, a Suécia nos derrotar em nosso próprio solo, solo esse que um dia foi chamado de fértil.
E assim vamos perdendo a vontade de torcer. Já não vibramos mais como antigamente. Já não sentimos mais o mesmo orgulho de sermos brasileiros. E já não queremos mais ganhar. Estamos com vergonha de não ter nascido na Argentina. No futebol, por exemplo, na Copa do Mundo, não demos a mesma garra que os Paraguaios, não entramos em campo com a mesma força de vontade dos Chilenos e não chegamos tão longe como os Uruguaios.
O paradoxo dessa história é que o brasileiro se acha tão esperto e malandro, mas no pódio dos otários é sempre recordista.
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