quarta-feira, 21 de julho de 2010

Record: a emissora que esqueceu de ser ela mesma! E aí... ai ai ai ui ui

Em 2007, quando a Rede Record  lançou o desafio de chegar a liderança em alguns anos parecia uma inacreditável piada. Então a emissora começou a investir no jornalismo e na teledramaturgia, e suas intenções cada vez foram ficando mais claras, o grande objetivo não era apenas acabar com a hegemonia glogal, e sim se tornar a "nova" Globo. Como num passe de mágica, jornalistas e atores consagrados por anos na TV Globo, rumavam, um por um, para a emissora da Barra Funda. Com isso, a facilidade que a Record tomou o segundo lugar do SBT foi assustadora. Uma emissora como o SBT, extremamente popular, tendo a frente uma das figuras mais tradicionais do Brasil, e que em alguns momentos da história chegou a incomodar a  Globo, estava simplesmente sucumbindo diante da força dos bispos e parecia estar próximo do seu fim. Acontece que a Record queria mais, lutava, enfrentava e até utilizava seus telejornais para atacar sua concorrente. Nós em casa, estávamos assistindo a uma verdadeira guerra de poder. Mas aí a ganância e a soberba - pecados que um bispo não deveria ter - assolou a emissora, que em busca de uma liderança urgente passou a apostar em audiência instântanea, sem fidelizar o público. Substituiu programas de qualidade por lixos, começou a copiar a grade de programação da Globo e perdeu completamente a identidade. As novelas tiveram uma queda imensa de qualidade. Não que alguma novela da Record tenha sido uma obra-prima da televisão, mas 'Essas Mulheres' e a recente 'Poder Paralelo' eram excelentes. Então a emissora passou a apostar na violência dentro das novelas, favelas, tiros, sangue e péssimos enredos como em Vidas Opostas, que deu ótima audiência, mas afastou o público que estava atrás da tal televisão de primeira. Em 2009 a queda da Record foi tão assustadora quanto a sua ascenção. Numa dose de extremo mal gosto, lançou o péssimo programa 'Geraldo Brasil' e apostou todas as suas fichas no reality show 'A Fazenda'. Modificou toda a sua programação em função do programa que decepcionou com um fraco elenco e um Brito Jr sonolento. É bem possível que em algum momento a Rede Globo tenha se preocupado com a Record, época em que seus perdigotos mutantes chegavam a 20 pontos de média e seus programas sempre conseguiam dois dígitos, o que não é mais o caso. Em 2010 a situação é outra. O que se vê é uma Rede Record acoada e suando para se manter na vice-liderança. O "Hoje em dia" capengou, trocou diretor, apresentadores, incluiu um monte de gente e se tornou um programa confuso. A emissora ainda conta com alguns ótimos destaques como Rodrigo Faro apresentando o "Melhor do Brasil" e "Ídolos", mas também paramos por aí. Quando menos se esperava, ressurgiu um dono do Baú totalmente maluco, mas sabendo muito bem o que está fazendo. Quando teve seu principal apresentador, Gugu Liberato, tomado pela Record, ele fez um "ai ai ai ui ui" e trouxe de lá Eliana e Roberto Justus. Algo tipo "leve 2 e pague 1", e viu a loira derrotar quase todos os domingos sua concorrente e "O Aprendiz 3" sem Justus não emplacar. Silvio Santos nunca tirou da sua emissora a característica popular, nunca desistiu dos seus cenários cassinos, das suas novelas com enredos mexicanos e de acreditar que é dono da tv mais feliz do Brasil. Ele conhece seu público, e ganha os telespectadores que querem algo diferente. Trouxe o Raul Gil que parecia não dar mais nada, e ontem garantiu a vice-liderança isolada e com picos de dois dígitos. A mofada fita de "Ana Raio e Zé Trovão" é atualmente a novela mais assistida fora da Globo, liderando inclusive em capitais como Curitiba. A Linha de Shows num horário fixo, foi um acerto maior ainda. Nessa briga Record e SBT, o que se percebe é uma Rede Globo liderando de forma tranquila, um SBT se divertindo em beliscar cada vez mais a vice-liderança, e uma Rede Record que esqueceu de ser ela própria quando todo mundo sentou em frente à televisão para conhecê-la. Agora pode ser tarde.

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