A princípio, quando a novela Ribeirão do Tempo sofreu grave queda de seus índices com o fim de Bela, a Feia, muitos especularam que era uma queda natural, fuga de telespectadores que acontecem em todas as novelas, e isso é verdade. Porém, o problema da principal da trama da emissora é outro.
Já se passaram muitos e muitos capítulos e Ribeirão do Tempo segue dando audiência bem abaixo do registrado, cerca de 30% abaixo da meta estabelecida pela cúpula da Record. Números que são preocupantes, já que no horário, praticamente todas as novelas da emissora conseguiram índices muito bons, enquanto a atual na maioria das vezes sequer consegue registrar dois dígitos.
Já com a história consolidada, é possível notar os motivos que afugentam o público que já estava acostumado a assistir telenovelas na emissora. Ribeirão do Tempo aposta em elementos que transformam qualquer folhetim em um produto desinteressante para o telespectador e, consequentemente sem apelo algum em busca da audiência mais equilibrada.
A obra aposta basicamente num mesmo ingrediente que a nova novela das 7 da Globo, Tititi, uma história antiga, moldada e construída numa narrativa que era muito utilizada na década de 80 em que as novelas faziam muito sucesso. A diferença fundamental entre as duas, no entanto, é que a trama global conseguiu utilizar estes elementos antigos e dar fôlego, ou seja, criar um visual atual e moderno, assim, o telespectador mal percebe que está envolvo a um tipo de dramaturgia antigo. Já Ribeirão colocou todas as suas garras num formato de mais de 20 anos e que não interessa mais a praticamente ninguém, principalmente pela falta de inovação, de ousadia e de modernidade.
Não serão tiros que salvarão a novela da Record. Não será adrenalina nem violência. Ribeirão do Tempo precisa de uma guinada em seu formato. É preciso que Marcílio Moraes perceba que seu público não quer uma história mofada e sem nenhuma identificação com os dias atuais, com ou sem apelo de violência, é preciso que as cenas sejam pensadas pela cabeça de um telespectador que vive no século 21 e não admite mais uma história modorrenta como a de Ribeirão do Tempo.
Daniel César
TV x TV
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